Empresário transforma paixão pela charcutaria artesanal em nova identidade culinária da Canastra

 

Divulgação/Sal do Engenho
Presunto crú da Canastra

Wagner Morais leva a essência da região para os embutidos 'Sal do Engenho', que unem qualidade, tradição e potencial turístico

         Em meio às águas cristalinas, cânions e montanhas que moldam o cenário de Capitólio, na região turística da Serra da Canastra, um novo aroma vem ganhando espaço entre os sabores típicos da região: o dos defumados e maturados da Sal do Engenho. À frente da marca está o empresário Wagner Morais, que encontrou na charcutaria artesanal a possibilidade de realizar o sonho de empreender com propósito, valorizando o território e o turismo local.
 
O projeto nasceu de uma inquietação antiga. “Sempre desejei empreender na Canastra, mas em um segmento inédito na região, e com o qual eu tivesse afinidade”, recorda. A ideia surgiu durante uma visita à Associação dos Produtores de Queijo Canastra (Aprocan), em São Roque de Minas. “Soube que um galpão do local seria destinado para charcutaria. Curioso, comecei a pesquisar e percebi que tinha relação com o que eu gostava: carne de qualidade, churrasco e defumados. Logo, pensei: isso pode virar um negócio!”.

Divulgação
Wagner Morais na charcutaria dele em Capitólio, na região da Serra da Canastra

Sem formação técnica, Wagner começou os primeiros testes em casa, pesquisando receitas e comprando ingredientes pela internet. “Produzi linguiça, salaminho e até presunto cru, com base numa receita espanhola. Foram tentativas e erros, mas quando consegui acertar na receita do presunto, pensei: isso pode mesmo virar um negócio”, diz.

 
Aprendizado e propósito

Investir na charcutaria era algo além de um projeto comercial, seria a possibilidade de estar mais próximo da família, conectado ao território e comercializando um produto inovador e de qualidade.“Eu queria fazer algo artesanal, com excelência no processo e que tivesse relação com o queijo, o café e o turismo da Canastra
. Mas, na empolgação inicial do negócio, produzi bastante peperone (embutido picante tipo salame), e perdi tudo porque acumulou água nas caixas onde armazenei o produto. Fiquei desanimado, pensando que não seria a atividade ideal para mim”, lembra.
 
No entanto, uma viagem o fez perceber o potencial do negócio. A convite do Sicoob Credicapi e do Sebrae Minas, ele integrou uma visita técnica ao sul do Tirol, na Itália, região turística com forte influência da charcutaria na gastronomia local. “Lá, percebi como o produto artesanal é tratado com amor, responsabilidade e paciência. Cada peça carrega a alma do seu território. Voltei com outra mentalidade e o propósito de dar uma identidade à minha charcutaria”, frisa.
 
Logo após a viagem, Wagner se dedicou a aprender as técnicas de maturação e cura. Mas foi após um curso sobre Charcutaria Artesanal promovido pelo Sebrae Minas que ele conseguiu compreender processos e se profissionalizar. “Essa capacitação foi um divisor de águas, pois trouxe segurança, técnica e abriu meus horizontes. Aprendi sobre fermentação, padronização, porcentagem de sal, tempo de cura. Ganhei conhecimento e confiança para criar produtos com identidade própria”, explica.

 
Compromisso com o sabor e o território

Para estruturar a empresa Sal do Engenho, o empreendedor também participou do Empretec Rural e, antes de construir o espaço onde funciona a charcutaria, buscou apoio do Sebrae Minas para se adequar às normas sanitárias, por isso, não demorou a obter o selo de inspeção municipal. “Eu era só um sonhador e passei a ser um empreendedor. E isso foi possível com conhecimento sobre o negócio. Ainda hoje, recebo consultorias do Sebraetec. Por meio delas, criei a identidade visual, com nome da marca, rótulo, paleta de cores, design da lata”, destaca.

Thiago Carvalho
Carna suína na lata, tradição mineira e principal produto do Wagner

Referência em charcutaria artesanal na região, hoje, a carne na lata é o carro chefe da empresa, e faz sucesso entre os turistas. A embalagem com 900 gramas é vendida até mesmo como lembrança de viagem, pois carrega o sabor e a história da Canastra. Outros produtos como o salame com mofo branco, expressão autêntica do terroir da Canastra, e a tilápia defumada, que surpreende pelo sabor leve e textura suculenta também se destacam. O presunto cru de picanha suína revela a criatividade do produtor. “É um maturado que fica pronto em 70 dias, e tem o mesmo requinte de um presunto de parma, mas com a alma da Canastra”, revela.
 
Ele ainda afirma que empreender na Canastra é mais do que um negócio, é um compromisso com o território. “Charcutaria é sal, carne e paciência. É testar, ajustar sabor e textura. Conhecer a matéria-prima e respeitar o tempo. É preciso ter curiosidade, buscar referências, visitar quem faz e estudar sem medo de errar. O empreendedor precisa se arriscar, sempre com amor e propósito”.
 
Conheça a Sal do Engenho: @saldoengenhocharcutaria

via assessoria

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